Cultura Tech: Como pequenas empresas estão a superar as gigantes em 2025 🚀
Nos últimos anos, tem-se notado uma diferença significativa na preferência de variados profissionais no que toca ao seu local e cultura de trabalho. Esta diferença prende-se especialmente com a presença e consequente evolução das pequenas empresas – muitas delas startups, com a chamada cultura tech – no mercado de trabalho.
Para isso, é necessário conhecer o conceito de startup, colocando então a seguinte questão:
O que é uma startup?
E como é que poderá ser possível uma empresa deste género superar as grandes empresas que conhecemos?
Uma startup é, na sua essência, uma empresa criada por um empreendedor que visa apresentar um novo produto e/ou serviço dentro do mercado já estabelecido, trazendo inovação e impacto ao mesmo. Startups normalmente fazem uso de investimentos via outras empresas que se tornam investidoras destas novas empresas. Este tipo de empresas tornou-se um pilar para profissionais de TI na sua maioria, pois estes são indivíduos que procuram sempre novos produtos e tecnologias, estando sempre a perseguir inovação.
Existem essencialmente seis tipos de startups:
- Big Business, também conhecidas por “Grandes Negócios” ou offshoot startups, que são empresas já estabelecidas que lançam um novo produto para mercados diferentes.
- Social Entrepreneurship, que são empresas normalmente sem fins lucrativos, com foco em marcar a diferença.
- Buyable, que, tal como o nome indica, são startups criadas com o objetivo de serem vendidas a maiores nomes na indústria.
- Scalable, que são empresas de fácil expansão após atingirem os fundos necessários. Estas são normalmente empresas que desenvolvem aplicações de consumo ou negócio.
- Small/Medium, que são empresas que se focam menos na expansão e procuram apenas realizar as necessidades do fundador.
- Lifestyle, que são empresas que se diferem por terem o seu foco centrado num assunto que é querido ao fundador e que este usa para servir uma certa comunidade. Um exemplo poderá ser um linguista que desenvolve um produto de ensino.
Portanto, após adquirir este breve conhecimento sobre startups e pequenas empresas em geral, poder-se-á então explorar o conceito de grandes empresas, e os quatro tipos principais que existem. Estas empresas são, na sua maioria, previamente estabelecidas com trabalho realizado em operações a grande-escala.
Grandes empresas focam-se numa entidade específica, sendo um exemplo bancos que se focam apenas em oportunidades de investimento.
As grandes empresas dividem-se em 4 tipos:
- Corporations, que são empresas que agem como uma única entidade com o objetivo de criar lucro e operam separadamente dos seus donos.
- Sole proprietorship, ou empresas unipessoais, que, como o nome indica, são empresas que operam com um único dono que toma responsabilidade total por todos os assuntos legais e operacionais da empresa.
- Partnership, ou empresas em parceria, são empresas que com dois ou mais donos, nas quais o dono paga os impostos do negócio nos seus impostos pessoais.
- Limited Liability, que são negócios que combinam este conceito com a passagem de impostos vista nas empresas unipessoais.
Após este pequeno estudo, será bastante evidente que existe uma panóplia de diferenças entre estes dois tipos de empresas, que passaremos a explorar abaixo.
Estrutura das Startups x Grandes Empresas
- Startups são menos estruturadas, pois têm menos membros para gerir e portanto uma maior liberdade de atribuição de tarefas e responsabilidades. Líderes de startups passam pouco do seu tempo a gerir a estrutura da sua equipa, colocando o seu foco em modos de expandir o negócio e desenvolver o produto e/ou serviço inovador que está a colocar no mercado.
- Pelo contrário, empresas grandes possuem um número elevado de funcionários, o que levanta a necessidade de uma gestão mais restringida para manter a empresa operacional enquanto existe um foco também na manutenção e evolução do produto em desenvolvimento.
Operações nas startups
Existem duas equipas cruciais ao funcionamento de uma startup, além do fundador:
- Equipa Técnica: os desenvolvedores e QAs (Quality Assurance) que são responsáveis pelo design de novos produtos;
- Equipa Comercial: os especialistas de produto, incluindo Aquisição de Clientes e Gestores de Conta, que se focam na venda do produto da startup.
Já grandes empresas necessitam de seguir procedimentos estabelecidos com as responsabilidades bem divididas pelos vários departamentos da empresa.
Isto leva ao crescimento de posições com base em senioridade e performance a longo prazo. Isto também ajuda na diminuição de pressão individual no local de trabalho, pois, ao existirem mais profissionais, existe uma carga de trabalho menor em cada um.
Condições Salariais e Laborais
É um facto bastante conhecido que startups oferecem salários mais baixos do que grandes empresas, bem como benefícios limitados. Isto prende-se simplesmente com o facto de que estas pequenas empresas ainda dependem da ajuda de investidores para marcarem a sua presença no mercado tecnológico.
Consequentemente, o aumento salarial depende maioritariamente da evolução da empresa, por vezes até garantindo este aumento mais rapidamente do que grande empresas, que fazem os aumentos com base na performance dos seus funcionários.
Startups também oferecem um modelo de trabalho mais flexível, muitas vezes permitindo os seus funcionários operarem a partir de casa, ou até de outro país. Este modelo remoto de trabalho tem-se revelado bastante comum após a pandemia Covid-19.
Nas grandes empresas, que já se encontram mais estabelecidas e com um rendimento estável, é possível dar um salário mais alto aos profissionais que aqui se encontram. Por norma, estes pacotes salariais incluem também um conjunto de benefícios, como por exemplo seguro de saúde para a família, períodos extensos de férias pagas e bónus de performance.
A cultura tech
A grande diferença entre pequenas e grandes empresas prende-se no aspeto cultural de ambas, mais do que qualquer um dos pontos estudados até ao presente.
- Pequenas empresas, na sua maioria startups, promovem um ambiente informal e quase familiar entre colegas, criando relações interpessoais dentro e por vezes fora do ambiente laboral, potencializado pelo uso de tecnologias de comunicação, colaboração e compartilhamento de conteúdo digital, gerado quase que 24/7.
- Nas grandes empresas, a cultura é um pouco mais distante e profissional. Enquanto que existe o potencial de aumentar a socialização entre membros das mesmas ou variadas equipas, existe a dificuldade de gerir um número tão elevado de pessoas, tornando essencialmente impossível o cenário da pausa do café na copa supramencionado na cultura startup.
Experiência e Aprendizagem
Startups têm vindo a revelar um maior leque de aprendizagem em diversas áreas e componentes de trabalho. Isto ajuda os profissionais a desenvolver novas capacidades ao trabalharem em variados projetos e adquirirem uma experiência mais abrangente no mercado de trabalho, o que, consequentemente, lhes trará mais vantagens em novos empregos daí em diante.
É também crucial no ambiente de startup que os profissionais tenham total autonomia e responsabilidade de resolver problemas sem a necessidade de se dirigirem aos especialistas de outros departamentos.
No que toca às grandes empresas, as oportunidades de aprendizagem prendem-se normalmente com as áreas específicas em que cada profissional trabalha, pelo que, enquanto que é possível polir capacidades de trabalho, estas serão sempre mais limitadas.
Responsabilidades
A maior diferença deste ponto prende-se com a quantidade de assuntos pelos quais certo profissional é responsável.
Numa startup, os trabalhadores têm responsabilidades mais abrangentes, pois, devido ao curto número de elementos na equipa, cada operador é normalmente responsável por várias vertentes do trabalho.
Pelo contrário, em grandes empresas, as responsabilidades são muito especificamente atribuídas aos líderes de equipa, possibilitando o crescimento mais detalhado de cada vertente e tornar um operador num especialista, facultando a experiência necessária para o crescimento do mesmo.
Como é que pequenas empresas estão a superar as gigantes?
É um facto reconhecido que, desde a pandemia Covid-19, que muito mudou no contexto laboral a nível internacional. As prioridades mudaram, as tecnologias trouxeram novos métodos de trabalho e estes mantiveram-se principalmente nas startups e pequenas empresas, enquanto que as grandes corporações estão a tentar retornar aos métodos tradicionais.
Sendo assim, tem-se notado um impacto forte na contratação em startups e respetivo abandono de grandes empresas por parte de imensos profissionais de várias faixas etárias, com maior número sendo na Geração Z e Millennials, que pretendem um maior equilíbrio entre a sua vida laboral e pessoal, prioritizam o tempo em família, bem como a poupança do tempo de caminho casa-trabalho entre outros fatores stressantes que o trabalho tradicionalmente presencial dá.
Existe também um leque de benefícios de trabalhar em pequenas empresas que muitos profissionais têm em conta, como por exemplo a oportunidade de crescimento de carreira. Este crescimento nota-se não só na função principal para qual certo operador foi contratado, mas também numa outra diversidade de funções que existam na empresa. Isto também é possível devido ao baixo número de elementos na equipa, o que significa que existe menos competição.
É também comum ver maioritariamente jovens em startups que, com o seu tamanho e modelo, têm tendência a contratar profissionais com menos experiência, pois podem oferecer salários mais baixos, de acordo com a pouca experiência que estes têm.
As pessoas têm vindo a preferir este tipo de empresa muito pela flexibilidade acima mencionada, no que toca aos horários e ao modelo; é comum, em pequenas empresas, apresentar modelos de trabalho e horários mais flexíveis, permitindo a cada operador decidir em que momento do dia é mais produtivo e se realiza melhor o seu trabalho num escritório ou na privacidade do seu apartamento.
No entanto, que não fique a crença de que grandes empresas estão a perder o seu valor, mesmo com o crescimento impactante de startups nestes últimos anos, pois estas têm também os seus benefícios que alguns operadores ainda mostram preferir.
O maior benefício de trabalhar numa grande empresa poderá ser a estabilidade da mesma; com um lucro bem mais elevado do que startups, grandes empresas por norma têm mais controlo dos seus gastos e conseguem manter operadores estáveis e confortáveis nos seus empregos.
É também neste tipo de empresa, com grandes números de operadores que a gestão é mais restringida e portanto as expectativas que os gerentes têm para os seus trabalhadores são sempre bastante claras e objetivas.
Grandes empresas trabalham com senioridade, o que significa que, após alguns anos, possuem especialistas que podem facultar mentoria a novos operadores que se juntam com menos experiência. Este facto vê-se menos em startups, pois frequentemente não têm os fundos para oferecer os salários certos as estes especialistas.
Ainda assim, é possível dizer que, de momento, as startups estão ao rubro no mercado tecnológico, muitas a trabalhar no desenvolvimento de novos produtos e/ou serviços que empresas previamente estabelecidas não têm a capacidade de acompanhar.
É também devido a todas as inovações laborais que estas pequenas empresas estão, pouco a pouco, tal como o seu desenvolvimento, a superar grandes nomes.